quarta-feira, 24 de junho de 2009

Segunda Saída - Registros

Amanhã vou fazer um trabalho na escola de um amigo meu que fica em um "pueblo" perto de Barcelona. Pra aquecer, fui dar uma volta de Consuelo pelas ruas da cidade. Escolhi um horário anti-saída da escola, haha, e fui em direção ao Arco do Triunfo.

Já estava armando a cena "alguém quer jogar xadrez comigo?" quando vejo passando esse incrível não-sei-o-quê-lindo na minha frente... Fiquei louca! Pedi uma carona e, lógico (?), ganhei! Lá fomos nós, o simpaticíssimo Camilo, arrasando no seu português de quem é casado com brasileira, e eu!



Tudo o que não havia acontecido até o momento passou a acontecer, as pessoas, paravam, davam tchau, gritavam "Hola!"...





Aproveitei muito o tour até o Arco, que sorte esse encontro!




Já no Arco tentei mais uma vez o xadrez... De "HIGH" teve uma menina que parou pra jogar comigo e eu levantei pra dar um beijo nela, com o tabuleiro assim no colo, espalhando tudo pelo chão - foi muuuito engraçado... Depois essas gracinhas das Filipinas também pararam pra bater um papo e tirar fotos.

Mas, de resto, não rolou nada. O fato é que Barcelona, por ser uma cidade tão turística e ter tanta gente na rua (principalmente as estátuas vivas) fazendo arte, acaba deixando todo mundo desconfiado. As pessoas quase chegam perto, mas depois você percebe que elas têm medo de que têm que deixar algum dinheiro, de que é mais uma performance/show de rua.

Poderia até ser, mas não é! Então preferi seguir caminhando e buscando encontros, que me parece mais divertido. Outro "HIGH" da tarde foi chegar numa esquina e ver um buraco no chão com ferramentas, cone de segurança, etc. Claro que já fui fazendo cara de "tá pra mim" quando, do outro lado da rua, muito esperto, o operário já gritava dando risada, "nooooo, noooo". Foi ótimo, hahaha.



Tirei essa foto porque adoooro esse nome, estou pensando até que, se tiver uma filha, vai se chamar Jaizkibel.



E essa tirei pra queridíssima Cecília, é a rua ao lado de casa, todo dia penso nela ;)

Para Luiza


Luiza!
A saudade é tanta que esta noite sonhei que estava no Brasil te dando um abraço bem gostoso! E você estava moreninha, será que andou brincando pelas praias de Barcelona?
um beijo muito grande!!!

Dulcinéia Atropelada


Não bastasse a máquina quebrada, ainda atropelam minha bicicleta, coitadinha... Não sei o que aconteceu, ninguém viu, ninguém sabe... Estava paradinha num "estacionamento" de bicicletas e, quando saí da aula de canto, estava assim, toda torta. O cara da oficina deu perda total! Fim da breve história de Dulcinéia em Barcelona, snif.

Des-gracias



É assim que a minha máquina ficou, sem foco, do nada! Eu estava tirando fotos normalmente e ela, de repente, parou de funcionar... Que tristeza...

Então o fim de tarde em Gracia, um clima delicioso e acolhedor, acabou ficando com essa cara desfocada... No fim, acabo achando que melhor sem foco pra transmitir o clima que rolava, haha. Pais e filhos depois da escola na pracinha, pessoas curtindo as ruazinhas e lojas (Gracia é com certeza a Vila Madalena daqui), e eu indo no cineminha tipo Belas Artes - tudo dica, mais uma vez, da querida Ana Paula ;)

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Mais "Change"


Hoje recebi de um amigo da Schumacher um link para um documento interessantíssimo: uma pesquisa para descobrir como é possível sensibilizar as pessoas para a questão da sustentabilidade e gerar mudanças reais em seu comportamento. A WWF da Escócia fez um projeto de 18 meses com 7 pessoas que passaram por vários workshops e contaram suas experiências em blogs. A descrição toda do projeto está no link/documento abaixo, mas o que me encantou foi a metodologia, e a conclusão a que chegaram - muita coisa pra resumir, mas as três coisas que me chamaram a atenção foram 1) a necessidade de considerar toda a complexidade humana - fato praticamente ignorado nas campanhas ou programas de mobilização; 2) a necessidade da experiência real - informação e conhecimento não geram mudanças reais, mas a vivência pode transformar; 3) a "espiral" de mudança: o grupo montou em conjunto os passos para a mudança - simples mas com toda a complexidade mencionada acima para ser considerada.

Outra coisa que me chamou a atenção foi o modo como fizeram o projeto: os participantes eram, ao mesmo tempo, objetos de estudo e criadores dos resultados e conclusões. Eram observados e analisados e observadores e analistas de si mesmos - uma maneira de conduzir um trabalho que incorpora a visão de todos, que subverte as noções de eu x você, totalmente orgânico, open source.

Melhor ler o original:
http://www.footprintconsulting.org/images/stories/downloads/NaturalChangeReport.pdf

Thanks to Peter Dillon!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Lararararaaaaaaááá

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Três vezes por semana vou até a casa do Jose Manuel Elliot, meu professor de canto. Ainda me espanto com o fato de estar fazendo essas aulas, pois há um ano atrás, quando nos conhecemos e vi que ele poderia me ajudar com a rouquidão que Consuelo provoca, sequer sonhava com essa viagem. Quantas voltas o mundo dá...

E aqui estou, adorando a experiência. Eu não imaginava que seria tão divertido, mas como não seria se ele me diz o tempo todo: mais solta, mais elástica, mais leve?!!! Vai que eu consigo, já imaginaram?!!!!

Se essa moda pega...


Os sons podem melhorar muito! O sistema "Bicing" cobre quase toda a cidade, são 156 km de vias só para bicicleta, e 200 mil pessoas inscritas no sistema. Você coloca seu cartão na tela que fica no poste ao lado das bicicletas, e ela registra a retirada e a devolução. Custa 30 euros por ano + um valor referente ao tempo de utilizaçnao da bicicleta.

É uma tentativa de tornar a cidade mais sustentável e, como costuma acontecer, é polêmica - muitas pessoas dizem que as bicicletas estão sempre quebradas, que é um serviço caríssimo que precisa ser subsidiado e que - duvido que eles imaginassem esse problema no início - as pessoas que pegam as bicicletas nos locais mais altos da cidade só as utilizam para descer, a prefeitura tem que levá-las de volta no carrinho do Bicing...

De qualquer forma, vejo muitíssima gente usando, e dá a sensação de se estar em uma cidade super civilizada.

Os sons a cidade

É praticamente impossível descrever a quantidade de motos e, principalmente, "vespas" que tem na cidade. Consequentemente, é zzzzzz pra cá e prá lá, o tempo todo. O barulho só perde para...



...as ambulâncias! Eu não sei que raios de sirene elas usam, mas ao invés de fazerem "uóóóóóóó", elas fazem "parárá, parárá, parárá", num tom muito acima do que o ouvido humano é capaz de tolerar! Não é implicância não, é alguma coisa com o tom desse parárá que não deixa que você o ignore (digamos que uma pessoa que mora em São Paulo não implicaria com uma coisa dessas, mas esse parárá...).



Mas quando eu olho pra essa escultura - que fica perto da praia - o som que me vem é do silêncio...

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Do Beto...

...para os amigos, no dia de hoje. Três meses de "viagem" ;)

terça-feira, 2 de junho de 2009

Primeira Saída - Registros



Vou usar o incrível Sistema Rodolfo: "Qual foi o high? E o low?" para contar um pouco o que foi a primeira saída de Consuelo por Barcelona (acho que vou introduzir o "middle" também)

"Highs"

A idéia central: "procurar alguém para jogar xadrez" funcionou! Pelo inusitado, pelo tabuleiro de papel que não parava com o vento, pelas pecinhas de plástico que faziam barulho quando caíam no chão, e toda a série de "problemas" que puderam ser criados.

Apesar de fazer muuuuita falta uma malinha na mão, consegui inventar uma bobagem com uma mochila de pano que tenho aqui, eu tento tirá-la mas dou uma volta no corpo e a coloco de novo - porque as alças são bem compridas. Eu tinha treinado várias vezes em casa, e confesso que, apesar das pessoas rirem na hora em que fiz na rua, achei que era bobagem demais e não continuei (a auto-crítica não deixou, mas me prometi fazer umas 5 vezes seguidas na próxima saída).

Descobri um ótimo "aquecimento", que foi brincar com uma faixa no meio da calçada onde se lê "Salida de Emergencia", mas não tem uma porta nem nada, é um alçapão pouco perceptível (para a Consuelo, lógico, totalmente imperceptível). Eu fico ali, olhando, procurando a tal saída e - inevitavelmente - alguém chega pra falar comigo. E a coisa vai por vários caminhos, sendo que o final é sempre "ok, vou ficar aqui esperando então pra ver se é verdade isso que você está me contando" - próximo!

Os velhinhos no final, que ficaram batendo o maior papo decidindo se eu tinha 18 ou 20 anos... (por um lado talvez isso devesse estar na categoria low, hahaha).

"Middles"

Eu tinha decidido fazer a cena em uma pracinha, mas não contava com o fato de que o horário era de saída da escola. Não teve jeito, tinha um monte de crianças que, assim que me viram, vieram correndo e eu tive que trabalhar com elas - Nossa Senhora do Improviso ajudou, mas quem conhece o ofício sabe que muda tudo...

Digamos que, por uma meia hora consegui trabalhar e propor o jogo, mas depois...

"Lows"

...ai meus companheiros e companheiras de saída, que falta vocês fazem! Imaginem o que foi tentar deixar aquelas crianças... Eu dizia que ia embora e dava broncas para elas ficarem (até aí estava bom, todos riam muito). Mas é claro que elas não iam, as mães não pegavam os filhos, e o timming se perdendo, e chega uma criança maior, começa a querer pegar no nariz, puxar o chapéu - socorroooo! Péssimo, péssimo, péssimo. Meu único consolo é pensar que não tinha jeito de não acabar assim, dadas as circunstâncias e o fato de estar sozinha.

Já chegando em casa, um grupo de adolescentes que tinha me ignorado na ida, estava agora querendo atenção (porque viram como os velhinhos estavam se divertindo, achei isso incrível, parecia tática da SuperNanny). Aí um deles veio por trás, pegou meu chapéu e saiu correndo, me veio um "f..." na cabeça. Mas teve uma coisa "high" nesse momento tão low que não sei bem como se deu, porque eu não reagi, não saí atrás dele nem nada (talvez fosse isso que ele estivesse esperando), apenas dei um olhar "fatal", e ele veio me devolver pedindo desculpas. Bueno...

Vamos ver o que nos aguarda esta semana ;)

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Barcelona, por Consuelo

Bom, um dia eu tinha que sair de casa...

Então fui! Tinha certeza de que ia achar coisas interessantíssimas, e logo na saída do prédio vi que estava certa!


Eu moro do lado da praça desse senhor muito legal.


Avinguda? Quem escreveu isso?


Essa moça estava precisando de ajuda, mas eu não alcanço bem...


Esta eu tirei para uma amiga minha ;)


Eu nunca vi crianças tão educadas, eu nem tinha pedido pra elas fazerem pose e elas pararam assim, juntinhas.


Por poucos segundos, lógico.


Eu adooooro essas torres, mas sempre me pergunto: porque será que só limparam uma?


Entre mortos e feridos, salvaram-se todos (como é mesmo esse ditado? Entre porcos e perigos, salvaram-se todos? Entre tortos e pinicos? Ai, tô acabada!)

Reciclagem em Barcelona...


... é bem menos prática, esses containers ficam a 2 quadras da nossa casa (que fica lá no fim dessa foto). Ainda não vi uma pessoa sequer jogando coisas neles, nem em nenhum outro pela cidade. Pra não falar da questão da água - ao contrário de outros lugares na Espanha, a água de Barcelona é reconhecidamente ruim, por isso todo mundo bebe água mineral em milhaaaares de garrafas plásticas. Não é como no Brasil, em que não bebemos água da torneira, mas todo mundo tem filtro. Ainda vou descobrir por que (por quê, ai essa reforma ortográfica...).