quinta-feira, 17 de novembro de 2011

2 Anos de HU, viva o Ale!

E dia 07 de outubro eu comemorei dois anos de HU!

Para celebrar com pompa e circunstância (ai que chiques essas palavras, pompa e circunstância!), convidei meu amigo Ale Dalóia, incrível músico da Banda Sinfônica e da Banda Paralela, para ser o presente!

Pois é, o Ale ficou comigo durante a tarde, oferecendo lindas músicas para todos. Ale é daqueles músicos que improvisam tudo, e sabem tirar qualquer música na hora! Nem preciso dizer que o Rei Roberto foi o campeão absoluto de pedidos...

Outro destaque do dia foi o impressionante encontro com o S. Pasquale. Ele estava no elevador quando chegamos, ia resolver umas pendências no quarto andar. Ali mesmo começou a cantar clássicos da música italiana, e subimos e descemos umas três vezes até ele sair, não sem antes convidá-lo para ir até o quinto andar cantar conosco, quando terminasse seus afazeres.

E não é que ele foi? E ficou uma boa meia hora nos dando a alegria de curtir "Da me un cornettooooo!"

Sem palavras para agradecer... Ao Ale, que encantou todo mundo; a toda equipe da Clínica Médica, que me recebe com o coração aberto toda semana; à Maria Julia, que criou esse espaço de troca; à Mônica, que me ensina esse jogo lindo da relação; e ao Beto, que foi quem começou tudo isso!


O encontro com o S. Pasquale: música de elevador!


Selma, Cida e Ale

Contando Causos

Hoje foi um dia muuuito gostoso no HU. Muita gente por lá, ótimos encontros, mas o que eu mais gostei é que, meio sem querer, descobri uma nova abordagem com os pacientes e acompanhantes que rendeu muito: muitas risadas, muitas histórias, muita emoção, muitas descobertas.

Tudo começou quando contei o causo da roupa nova que eu estava usando: um vestido que é da minha mãe, mas que eu achei que ficaria perfeito em mim! Nem era um grande causo, mas daí puxei a linha e a Vera, acompanhante da D. Adélia, contou um causo de quando ela era criança, quando aprendeu a contar com a madrinha. Contou que era D. Adélia quem penteava o seu cabelo e assim, de lembrança em lembrança, fez uma declaração de amor que nos encheu os olhos d'água: D. Adélia é a pessoa que ela mais ama no mundo.

A Amanda estava um pouco tímida, disse que não tinha causo, mas acabou empolgada depois que todo mundo contou o seu. O Rot, por exemplo, partiu um lápis no meio só pra professora não dar bronca no irmão dele, que tinha dito que não tinha lápis para escrever. Acabou levando uma bronca do mesmo jeito, só que do irmão, que não queria lápis nenhum pra não ter que estudar!

E a Maria, mãe dele, que tinha um primo que jogou uma ninhada de ratinhos em cima dela!!!! É, alguns causos foram bem trágicos!

A Silvia, irmã do Rot, contou uma ótima: um dia o pai deles comprou um fogão novinho. Era aquele cuidado todo. Tanto, que quando ela foi quebrar um ovo na borda, levou uma bronca do primo que disse que o ovo ia estragar o fogão!

De causo em causo, fomos nos aprochegando e aconchegando, e foi difícil dizer adeus para aquela turma. Mas mais estava por vir, e achei graça em outro quarto quando percebi que algumas pessoas se lembravam de causos em que tinham acontecidos incríveis coincidências. Isso porque eu AMO coincidências, e faz muito tempo que coleciono! Quero dizer, a Marina coleciona, eu mesma nunca tinha usado. É um pouco como a minha amiga Michele falava ontem à noite: a gente vai adicionando saberes na nossa vida, às vezes nem sabe pra que nem quando vai usar, mas um dia tudo isso vira aquilo!

Agora, graça mesmo eu achei quando descobri uma prima em pleno hospital! É, a dra. Beth Chinello! Afinal, eu não sou a Consuelo Pantufas?


Visual novo, com o vestido roubado da minha mãe!


Prima!!!!

terça-feira, 15 de novembro de 2011

As Rutes

Há muitos anos, no curso do Márcio Ballas, conheci a Cris Ceschi. Depois conheci também a Be Carvalho, quando nós três fazíamos aulas com o Ésio Magalhães. Foram dois anos de muitas risadas e encontros. Também fizemos juntas o intensivo em Barão Geraldo e, de aula em aula, de risada em risada, criamos um vínculo de muito carinho, amizade e respeito.

A Cris e a Be acabaram criando juntas o Coletivo As Rutes, que faz intervenções artísticas lindas, tocantes, poéticas, reflexivas (http://coletivoasrutes.blogspot.com/).

Eu ia acompanhando, admirando e curtindo, até que um dia a Cris me ligou para perguntar se eu não queria participar de uma intervenção com ela, já que a Be estava no Canadá, estudando. Topei na hora, lógico! E assim fizemos uma deliciosa intervenção no SESC Pinheiros.

Foi a primeira vez que trabalhei com o público sem o nariz, mas como me disse o Giba Rizzo, em uma das vezes que tivemos um trabalho assim: faz tudo igual, só que você não está com o nariz! E assim foi, uma Consuelo sem nariz e com óculos servindo de assistente para a supervisora da "Fila para o Além". Ou melhor, não sei bem se é a Consuelo, mas a voz é dela com certeza!

Nem tenho como contar tudo de incrível que aconteceu nesses dias, mas a Cris fez um lindo resumo no blog das Rutes, incluindo até o áudio das nossas entrevistas: http://coletivoasrutes.blogspot.com/2010/08/na-fila-para-o-alem_02.html


Assistente e Supervisora de olho na fila

Depois dessa incrível experiência, fiquei mega feliz quando ela me ligou de novo para nova missão, desta vez no recém inaugurado SESC Bom Retiro. A Be, de novo no Canadá (acho que tô gostando, haha), criou com a Cris o tema, a ideia central. Depois criamos um questionário e lá fomos nós, surpreender e sermos surpreendidas. De novo, o relato completo, com a ideia, as fotos e o áudio está no http://coletivoasrutes.blogspot.com/2011/10/quer-voar.html


Camarim, vamos descobrir o mundo!


As pesquisadoras da Université du Deslocamãnt du Mondu


É, sua asa é das aves galiformes, querem voar mas ainda não voam!

Olha a Noiva!!!

E este post está beeeen atrasado! Mas não podia deixar de registrar nossa incrível festa junina! O andar da Clínica Médica todo arrumado, casamento caipira, só faltou o quentão!


Com a Cida, colocando as bandeirinhas - que andar gigante...


E essa caipira? Isabel, fiel estagiária, sempre pronta a pagar um mico!


Vejam como é séria essa questão de tentar fazer regime no HU! Tinha de um tuuudo pra comer!


Esta foto péssima está aqui por ser o único registro em foto do momento culminante da festa, o casamento de Consuelo e Dr. Ronaldo! Infelizmente o vídeo ficou muito pesado e minhas habilidades tecnológicas são mínimas, senão colocaria aqui essas incríveis cenas de contos de fada (não sei se o melhor foi a hora do beijo ou a Dra. Liz filmando e narrando o casamento ao mesmo tempo!)

Eu não nasci de óculos!

Enquanto isso, num certo hospital...



Kátia



Fernanda



Samira



Kátia e Lenilza

O Milagre do Bolo

E não é que outro dia a turma da enfermagem "produziu" dois bolos ali, na minha frente, só com um microondas? Eu não acreditei, ficou lindo e estava uma delícia. Momento farra, pra aliviar um pouco o peso do dia-a-dia. Adorei!


Cleo, comandando a padaria!


Hora de se acabar!!! É por isso que meu regime nunca vai pra frente!

O Jogo da Carta da Terra


Outro dia, conheci o “Jogo da Carta da Terra”, criado pelo Instituto Harmonia na Terra (http://www.harmonianaterra.org.br/). O Edu Seidenthal descobriu o jogo através da Patrícia, e decidimos que seria uma excelente maneira de trabalhar os conceitos da Carta da Terra com os aprendizes do Projeto Semear, da Natura.

O jogo levou 7 anos para ser desenvolvido pela equipe do Instituto, que buscava uma alternativa aos jogos de tabuleiro convencionais, que são em geral baseados na competição entre os participantes.

Confesso que, enquanto a Patrícia explicava as regras, fiquei com medo de ser um jogo meio chato. Um pouco certinho demais, um pouco de “mundo melhor” demais, e esta aficionada por War, Banco Imobiliário e outras coisas do gênero que vos escreve já estava ficando com medo de se aborrecer...

Mas não!!!! O jogo é incrível! Uma delícia de jogar. E quis escrever este post porque quero me juntar aos esforços do Instituto para conseguir viabilizar uma produção em escala – hoje só existem os 5 tabuleiros piloto que são usados para divulgá-lo. Isto é, depois de brincar, a primeira pergunta de todos foi: “Onde é que eu compro um?!” Mas não tem para vender, AINDA!

Queridos amigos do universo empresarial: saibam que existe no mercado uma excelente oportunidade para suas marcas, que é patrocinar o Jogo da Carta da Terra! Um jogo que une a diversão de qualquer bom jogo com a ideia da cooperação, com os valores fundamentais expressos na Carta da Terra, com a possibilidade de trazer para a EXPERIÊNCIA um monte de conceitos vitais pra gente viver num mundo melhor!

Como maneira de divulgar o jogo e os ideais do Instituto, a Patrícia também realiza rodadas de jogos nas empresas, recomendo muito!

terça-feira, 12 de julho de 2011

Troca


Outro dia bati o carro. Sim, vestida para ir ao HU, distraída com algumas coisas, dei uma ré na garagem e deixei a porta na coluna, esquecendo que estava parada na vaga diagonal... Um mega barulho, uma mega batida, retrovisor destruído, tudo isso no carro novinho. Sniiiif...

Mas como fora isso não tinha acontecido nada, rumei para a USP. No meio do caminho minha tristeza era tanta (apesar de todas as formulações sobre desapego que eu era capaz de me lembrar!) que pensei em desistir. Afinal, como é que ia transformar esse estado em alegria? E passar o dia rindo depois de uma tristeza dessa?

Aí entra a santa providência, o anjo da guarda, Deus ou o Hugo. Sim, o Hugo, o guarda que estava parado na frente do HU e me viu estacionando. E viu aquela batida. E que ficou um tempão ouvindo meu chororô e me consolando. Consolou-me tanto, mas tanto, que conseguiu me tirar daquele estado e me fazer deixar essa história pra trás! E, de repente, lá estava eu de novo - ou melhor, a Consuelo (sim, porque ela não teria ficado tão abalada, lógico), pronta para trabalhar.

E tem gente que ainda acha que sou eu quem "dou" algo para as pessoas no hospital... A vida é essa troca!

OBRIGADA, HUGO!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Cenas do HU



Quer uma carona?



E os residentes dando trela pra Consuelo...



Eu não nasci de óculos, eu não era assim!!!



Cleo, sufocando o Alfinete (fiz uma votação para escolher o nome mas não gostei, portanto fica ditatorialmente escolhido "Alfinete" para o boneco desengonçado, inspiração para o trabalho com as articulações!)



Cida e Eunice

quinta-feira, 5 de maio de 2011

AMEI isso!



Solenta, confundindo até o Word... Que junta-se ao grupo dos que insistem em chamá-la de Polenta, hahaha. Pode ser qualquer das alternativas, o impossível é "Ignore"!

Doutora Princesa Déboraléia



A incrível Princesa Déboraléia, mais uma grande apoiadora dessas palhaçadas semanais. Nem preciso dizer que ela é demais, é só ver essa simpatia toda em pleno momento Jedi! Mais um lindo exemplo para os novos médicos - dá para brincar, ser leve, relaxar, mesmo em meio à pressão do dia-a-dia.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Um palhaço na Equipe


Outro dia conversava com um amigo, o Felipe Fagundes, sobre a crença minha e da Mônica de que toda "equipe", seja do que for, deveria ter um palhaço. Não é uma ideia olhando para o nosso umbigo ou simplesmente em defesa própria, haha, mas constatação a partir da realidade do trabalho que temos desenvolvido, especialmente junto às equipes do Hospital da USP.

E descobri que o Felipe participou ativamente do movimento que ajudou as vítimas da tragédia na serra do RJ, e que levou essa ideia muito além, apresentando a a ideia da "cesta básica de atendimento", que deveria também ser "distribuída" em casos como esse. Copio aqui um pequeno trecho, o artigo completo pode ser lido em: http://sospetropolis.ofatorhumano.com/blog/.

"Acredito que as ONG’s podem começar um trabalho indutor de políticas públicas (chamado advocacy) que atenderão melhor as emergências futuras dos desastres naturais. Por exemplo, assim como a cesta básica de alimentos, poderíamos ter uma cesta básica de atendimento, que para cada 10 ou 20 famílias em um ano teria:

1 psicólogo
1 veterinário
1 nutricionista
1 recreador educacional
1 engenheiro
1 grupo para mutirão imediato de limpeza
1 profissional de desenvolvimento comunitário"

domingo, 30 de janeiro de 2011

Vulnerabilidade


Acabei de assistir uma das melhores palestras que vi até hoje do TED, Brené Brown falando sobre suas descobertas no campo das relações humanas e a importância da noção de vulnerabilidade para a construção de um indivíduo feliz e completo ("Whole hearted people").

Estudando milhares de pessoas e histórias de vida, ela pesquisava o que fazia com que elas se conectassem e se sentissem plenas. Descobriu que a vulnerabilidade era o centro de uma sensação de medo e vergonha que impede com que a pessoa se sinta merecedora de amor e afeto e a impede de se conectar satisfatoriamente com outras.

No entanto, ela acabou se deparando com a descoberta de que essa mesma vulnerabilidade era o "birthplace", o lugar onde nascem a alegria, a criatividade, o senso de pertencimento e o amor!

Depois de analisar o que as pessoas que tinham um forte senso de merecimento (ela não usa a palavra auto-estima, mas tem algo a ver), considerou que elas tinha 4 coisas em comum:
CORAGEM de serem IMPERFEITAS;
COMPAIXÃO pelos outros mas, em primeiro lugar, por si mesmas;
CONEXÃO, em resultado de serem autênticas: elas abriam mão de serem quem achavam que tinham que ser para serem elas mesmas;
VULNERABILIDADE - elas abraçavam totalmente sua vulnerabilidade, acreditando que o que as fazia vulneráveis era também o que as fazia belas. Não argumentavam que a vulnerabilidade era confortável ou coisa parecida, porém necessária.

Como boa pesquisadora, ela se aprofundou na questão e quis descobrir, então, porque esse processo não acontece com a maioria das pessoas. E diz: "Nós ignoramos a vulnerabilidade (como sociedade). E acreditamos que é possível selecionar quais emoções queremos ignorar - não quero sentir raiva, medo, dor, tristeza, etc." Porém, ao ignorar essas emoções, ignoramos também a alegria, gratidão, felicidade, etc.

Por que ignoramos essas emoções? Segundo ela:
1) porque tentamos tornar tudo o que é incerto, certo. Buscamos certezas em tudo. Controle;
2) porque sempre buscamos ser perfeitos. Aqui ela fala sobre o papel de educar os filhos, não para serem perfeitos, mas dizendo: "Sim, você é imperfeito, and you are wired to struggle (não sei traduzir isso), porém você é merecedor de amor e pertencimento (but you are worthy of love and belonging)."
3) porque fingimos. Neste caso, que o que fazemos não tem impacto no outro.

Para finalizar ela sugere três "antídotos":
1) Deixar-se ver. Abrir-se, desculpar-se, etc. Amar com todo o coração, mesmo que não haja garantias.
2) Praticar a gratidão.
3) Acreditar que somos suficientes.

Bom, resumo básico mas que não transmite a qualidade do insight, a importância, a abrangência do que a Brené Brown propõe. Recomendo gastar os 20 minutos assistindo a própria que é, além do mais, muito divertida.

http://www.ted.com/talks/lang/eng/brene_brown_on_vulnerability.html