domingo, 30 de janeiro de 2011

Vulnerabilidade


Acabei de assistir uma das melhores palestras que vi até hoje do TED, Brené Brown falando sobre suas descobertas no campo das relações humanas e a importância da noção de vulnerabilidade para a construção de um indivíduo feliz e completo ("Whole hearted people").

Estudando milhares de pessoas e histórias de vida, ela pesquisava o que fazia com que elas se conectassem e se sentissem plenas. Descobriu que a vulnerabilidade era o centro de uma sensação de medo e vergonha que impede com que a pessoa se sinta merecedora de amor e afeto e a impede de se conectar satisfatoriamente com outras.

No entanto, ela acabou se deparando com a descoberta de que essa mesma vulnerabilidade era o "birthplace", o lugar onde nascem a alegria, a criatividade, o senso de pertencimento e o amor!

Depois de analisar o que as pessoas que tinham um forte senso de merecimento (ela não usa a palavra auto-estima, mas tem algo a ver), considerou que elas tinha 4 coisas em comum:
CORAGEM de serem IMPERFEITAS;
COMPAIXÃO pelos outros mas, em primeiro lugar, por si mesmas;
CONEXÃO, em resultado de serem autênticas: elas abriam mão de serem quem achavam que tinham que ser para serem elas mesmas;
VULNERABILIDADE - elas abraçavam totalmente sua vulnerabilidade, acreditando que o que as fazia vulneráveis era também o que as fazia belas. Não argumentavam que a vulnerabilidade era confortável ou coisa parecida, porém necessária.

Como boa pesquisadora, ela se aprofundou na questão e quis descobrir, então, porque esse processo não acontece com a maioria das pessoas. E diz: "Nós ignoramos a vulnerabilidade (como sociedade). E acreditamos que é possível selecionar quais emoções queremos ignorar - não quero sentir raiva, medo, dor, tristeza, etc." Porém, ao ignorar essas emoções, ignoramos também a alegria, gratidão, felicidade, etc.

Por que ignoramos essas emoções? Segundo ela:
1) porque tentamos tornar tudo o que é incerto, certo. Buscamos certezas em tudo. Controle;
2) porque sempre buscamos ser perfeitos. Aqui ela fala sobre o papel de educar os filhos, não para serem perfeitos, mas dizendo: "Sim, você é imperfeito, and you are wired to struggle (não sei traduzir isso), porém você é merecedor de amor e pertencimento (but you are worthy of love and belonging)."
3) porque fingimos. Neste caso, que o que fazemos não tem impacto no outro.

Para finalizar ela sugere três "antídotos":
1) Deixar-se ver. Abrir-se, desculpar-se, etc. Amar com todo o coração, mesmo que não haja garantias.
2) Praticar a gratidão.
3) Acreditar que somos suficientes.

Bom, resumo básico mas que não transmite a qualidade do insight, a importância, a abrangência do que a Brené Brown propõe. Recomendo gastar os 20 minutos assistindo a própria que é, além do mais, muito divertida.

http://www.ted.com/talks/lang/eng/brene_brown_on_vulnerability.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário