quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

COMÉDIA FAZ BEM AO CORAÇÃO


Deu ontem na Rádio CBN, na coluna do Luis Fernando Correia: o fluxo sanguíneo aumenta 15% quando rimos, pois as artérias relaxam e se distendem. Uma pesquisa da Universidade de Maryland estudou a reação das pessoas a filmes dramáticos e à comédias. A pesquisa demonstrou também que, confrontados com um drama, o fluxo de sangue nas artérias diminui pela metade!!!

Ouça a notícia completa aqui: http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/luis-fernando-correia/2010/12/06/COMEDIA-FAZ-BEM-AO-CORACAO.htm

sábado, 4 de dezembro de 2010

"GERONTO"


Professora Bia e suas alunas

Já contei para vocês que na Clínica Médica também temos estudantes de gerontologia? Pois é, essa palavra linda, "geronto"... São alunos da professora Bia, uma turma danada de boa - gentis, abertas, tranquilas. Foi por isso que fiquei super feliz quando me convidaram para participar de uma "apresentação" de fim de curso, em que elas iam conversar com todos - pacientes e cuidadores - sobre a questão do envelhecimento.

A idéia principal (acho eu) era ressaltar que tudo o que fazemos hoje afeta nosso envelhecimento. Ou melhor, que envelhecemos a cada momento, por isso e tão importante estarmos sempre nos cuidando para garantir uma vida (e não apenas um envelhecimento) saudável. Quero dizer, nós não ficamos velhos apenas quando já estamos com 80 anos. Confuso? É que é uma ideia boa mesmo, essa de que envelhecer não é decair, mas sim viver bem cada dia que, afinal, nos torna mais velhos!

De qualquer modo, como nao vou envelhecer deixo essa questão para vocês,hahaha.



Os pacientes ouvindo atentamente "nossa" explanacao...

METENDO O BEDELHO


Só para deixar registrado nessa nossa ata o HU que ando dando umas voltas por aí... Outro dia fui até a farmácia buscar um soro a 5%! Conheci onde é que a Alice, a Helena, a Malu e o Aluno Mario ficam escondidos! E até fiz reunião com o Gustavo chefe deles! Também conheci a Emília, que gentilmente me levou pra buscar alguns pacotes no ambulatório.

Eu não sei onde começou a coisa, mas só sei que se não fosse eu não teria soro naquele dia na Clínica Médica. Quero só ver onde vão dar esses passeios...

OBRIGADA

Outro dia entrei em um quarto onde havia uma senhora e uma moça bem jovem juntas. A senhora me deu corda, enquanto a moça me lançava um olhar quase de raiva, segundo me pareceu na hora. Quando isso acontece (na verdade foi a primeira vez que o olhar era tão duro, em geral é mais uma indiferença ou o clássico “ai meu Deus, e ainda tenho que agüentar a palhacinha...”) eu geralmente foco na pessoa que está aberta, vou jogando com ela mas sempre fazendo uma coisinha para ver se fisgo a outra, o que, em geral, acaba acontecendo. Mas desta vez nada, a menina ficou gélida até o final, e eu saí do quarto sabendo que é normal que nem todo mundo queria brincar, não é?

Mais tarde naquele dia, estava passando na porta desse mesmo quarto quando a enfermeira Isabel, que estava fazendo algum tratamento com a menina, me chamou. Eu gelei, pensei “ai não, eu já não consegui nada com ela, ela não quer, tem o direito de não ter que agüentar mais nada, e agora?”

Entrei hesitante, devagarzinho, já dando uns olhares para a senhora ao lado para ver se ela me salvava.
Mas aí aconteceu uma coisa incrível. Várias coisas incríveis. A primeira é que a Isabel começou a jogar comigo. Sim, de repente, sem combinação nenhuma, como que treinada apenas pelo tempo que temos convivido e brincado juntas, ela começou a mandar em mim, dizendo que eu tinha que mostrar o que havia na minha mala. Ela sabia que eu ia recusar, como sempre. Mas a Isabel disse que, se a menina pedisse, eu teria que abrir a mala.

E a menina continuava séria, dando aquele olhar matador para mim. Eu entrei na da Isabel, porém não tinha menor esperança que fosse sair algo dali.

Foi quando ela falou: “eu quero ver o que tem na mala”. E a Isabel: “Vai Consuelo, agora você tem que mostrar!”. Então comecei, pegando uma coisa de cada vez, brincando um pouco e logo pegando outra.

E a menina começou a rir. E queria ver mais. E mais. E a Isabel ria, e a senhorinha ria. E eu continuei no jogo, não querendo mostrar mais nada mas tendo que obedecer.

Até que disse que elas eram exigentes demais, que não tinha mais nada para mostrar, que ia embora chorar em casa, etc. etc. Eu já estava super feliz, o que tinha que acontecer já tinha acontecido, tivemos um momento divertido, gostoso.

Eu estava guardando as coisas, me despedindo, quando a menina olhou pra mim e disse: “obrigada”. Olhou muito fundo nos meus olhos, falou sincera e amorosamente. Ela não sabia, mas eu tinha desistido dela. Mas a Isabel sabia o que podia acontecer e mostrou o caminho. E as duas me ensinaram. Sou eu quem agradeço.



Depois disso eu até que concordei em arrumar um nariz pra Isabel, que agora é minha estagiária!

A MORTE – PARTE II



Vivi uma experiência semelhante duas semanas seguidas, devido a uma trágica coincidência: em uma semana, faleceu a mãe de uma das enfermeiras; na semana seguinte, o pai de outra. Nas duas vezes, as demais enfermeiras deram-me a notícia assim que cheguei, como que justificando uma tristeza que pairava no ar e explicando a dificuldade de brincarem, já que geralmente estão sempre tão abertas.

Nessa hora, ninguém sabe bem o que fazer comigo lá dentro, nem eu! Mas é claro que eu tinha obrigação de saber, pois se fosse ter qualquer atitude “normal” como seria esperado quando se fala em morte, não seria mais a Consuelo ali, e sim apenas a Marina.

De novo são alguns milésimos de segundo de diálogo interno, para depois simplesmente deixar qualquer coisa fluir. Fui indo, diminuindo um pouco a energia, mudando a qualidade do riso, buscando apenas ser uma boa companhia e não propor nada.
Ainda não sei se é isso, sei que o resto da tarde transcorreu como de costume, porém continua me intrigando: o que é um nariz vermelho diante da morte?

VOCÊ TEM UMA PERNA?


Outro dia entrei em um quarto onde havia um senhor, seu filho e esposa conversando. Eles abriram sorrisos imediatamente quando cheguei, aproveitei e fui brincando, conversando, divertindo e sendo divertida por eles. Comecei então a contar a clássica história da minha mala, que pode trazer qualquer coisa para dentro do hospital e também costuma levar uns quatro ou cinco que querem ir pra casa escondidos, só não pode contar para as enfermeiras.

Ele então me disse: a sua mala tem qualquer coisa? Qualquer coisa mesmo? E eu, claro, no meu orgulho palhacístico, disse: “Tudo, tudo o que você quiser”. Ele puxou o lençol, mostrou a coxa amputada e pediu: “Então me traz uma perna.
Um segundo, apenas um segundo de constrangimento da esposa e do filho. Ele não falou de modo mal educado, nem rancoroso, nem desafiador. Falou dentro do jogo mesmo. Ali, naquele momento, abertamente. Não tinha sido eu quem tinha dito que tinha tudo? Ele apenas pediu o que mais queria.

E, graças a Deus, eu não saí do jogo também. No segundo seguinte, como que nós dois criando a cena para os demais, disse que não tinha certeza, que tinha que dar uma olhada, e fui correndo pegar a mala.

Não dá para explicar bem como é pensar “o que é que eu faço agora” (na linguagem técnica: o que posso “propor”) x deixar o momento me guiar, tudo sem perder o timming, sem deixar a “cena” desmontar, sem frustrar meu parceiro – mas eu não tinha uma perna na mala, com certeza! E eu jamais poderia dar algo que compensasse aquilo!!!!

Bom, só sei é que voltei com a mala e fui pelo caminho contrário ao que o “público” (esposa e filho) esperaria, contra o olhar que ambos me deram no exato momento em que ele mostrou a perna amputada, contra a tristeza e a pena que tentaram invadir nosso espaço; peguei minha espada de Jedi e já fui brigando: “Você está louco? Você acha que eu levo pernas na minha mala? De onde tirou essa idéia? Você não está precisando de perna, está precisando de miolos”, e por aí fui. Nem precisei continuar muito, porque todos os “meninos” adoram essa espada, ela mesma vira um assunto e dali a pouco já estávamos em outra.

Foi um aperto, um grande exercício, mas nos salvamos todos, graças ao sempre fiel Deus dos palhaços...

A MORTE – PARTE I


Em um outro post já comentei que um nariz vermelho não vê hierarquias. Pois neste quero escrever um pouco sobre a morte. Talvez ainda seja um pouco cedo, talvez novas coisas aconteçam, talvez eu mude de idéia. Mas me parece que o nariz também não vê a morte. Ou melhor, vê, mas não é a mesma coisa.

Já faz um tempo, cheguei no hospital e uma senhora chorava, amparada pelas enfermeiras. Suspeitei que era ela quem rondava por ali, a morte. Elas se afastaram, e eu fui investigar. Sim, uma senhorinha havia morrido e estava ali ao lado, atrás da cortina verde.

Eu quis ver, lógico. Tinha uma curiosidade infantil. Não consigo achar outra palavra. Não estava sentindo medo, pena, tristeza ou qualquer outra coisa, só queria ver. E vi. Logo chegou a pessoa responsável por preparar o corpo. Olhei para ele com respeito. Por um momento achei que nós dois encarávamos aquilo da mesma maneira, não sei. Ambos tínhamos que trabalhar, ele preparando o corpo e eu fazendo as pessoas rirem. Então tá, segui meu rumo e até agora não sei direito o que significa tudo isso...

DANDO UMAS VOLTAS



Este post é só pra registrar meu profundo agradecimento ao Yamakazi e ao Aprobato, que gentilmente me levaram para passear de maca por todo o hospital. Foi uma emoção indescritível!

INOVAÇÃO



Há alguns ano atrás comprei uma bolsa com imagens do Andy Warhol que veio com uma carta dentro. Era uma cópia de uma correspondência enviada pelo MOMA em 1956, na qual o museu recusava a generosa oferta de uma obra sua, por não ter espaço para guardar um “presente” como aquele.

É uma peça de marketing muito legal, mas guardei-a principalmente porque achei que era um grande exemplo de como é difícil reconhecer o novo, estar preparado para, de dentro da sua situação atual, acolher algo que, a princípio, pode parecer estranho, diferente, mas que depois se revela original, inovador, vanguarda.

Fico pensando quantas vezes um Andy Warhol bateu na minha porta e eu, muito MOMA, recusei seus quadros...

VOCÊS TÊM DIMENSTEIN DO QUE É ISSO?



Pois é, aqui estou nos bastidores do Unomarketing, um evento sobre Comunicação e Sustentabilidade em que Solenta e eu fomos mestres de cerimônia. E não é que entramos ao vivo com o Gilberto Dimenstein na CBN? Quero dizer, ele entrou ao vivo ali mesmo, na coxia do teatro, enquanto eu tentava atrapalhar... Eu bem que tentei, mas o Heródoto não quis falar comigo...

ESTUDANDO



Muita gente me pergunta como é o treinamento de um palhaço, como é que você se prepara/estuda para isso. Eu costumo dizer que existem dois caminhos principais: o caminho clássico ou tradicional ou original, que é nascer em uma família de circo e aprender desde pequeno, a princípio copiando o palhaço “sênior” e depois criando o seu próprio estilo, jeito de ser. Além de, nesse caso, aprender malabarismo, acrobacia, como montar uma tenda, dar comida para o elefante, etc.

Já esse palhaço moderno, “clown”, essa coisa pós-Jacques Lecqoq, aprende em uma escola, com exercícios próprios de palhaço, que às vezes são muito parecidos com exercícios teatrais.
Porém muitas coisas podem ser agregadas para melhorar cada vez mais, para que se tenha à mão outras formas de contato e comunicação com o público: tocar um instrumento, saber cantar, ser mímico, etc. (vejam no vídeo do post anterior, dos Umbilical Brothers, que o corpo é o principal instrumento deles para fazer rir).

Eu comprei um acordeon e já faz mais de um ano que estou tentando conseguir tempo para fazer aulas... Mas como sou cara-de-pau, já dei umas voltas com ele por aí, e posso contar que é realmente uma delícia poder propor outro tipo de brincadeira. Sim, porque um acordeon, por si só, dá muito “jogo”. Todo mundo quer ver, quer saber, conta uma história, canta alguma coisa. E, vejam que engraçado: é tão legal não saber tocar nada quanto saber tocar muito! Claro, pois é muito ridículo sair por aí com um acordeon sem saber tocá-lo... Eu peço para as pessoas tocarem, me ensinarem, arrisco o Rebolation (a música de uma nota só!!!)...

Outra coisa que acho muito legal como aprendizado complementar é aprender a contar histórias. Acho que é mais um caminho, mais uma ponte com as pessoas que proporciona um contato de qualidade. Já havia feito um curso com a Regina Machado, e este ano fiz também um curso do Boca do Céu, o festival internacional organizado por ela. Tive o prazer de conhecer o Houssani, filho do Sotigui Koyuate, ator da companhia do Peter Brook, que deu 3 dias incríveis de workshop. Vejam se é possível um rosto mais expressivo que esse. Queria ter gravado para mostrar para vocês a cabra, o leão e a gazela que ele fez... Foi uma das coisas mais legais que já vi na vida!



Aa direita, Houssani Koyate, herdeiro da tradiçao dos grillots africanos

UMBILICAL BROTHERS

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E já que estou atrasada mesmo, vou postar aqui essa foto que tirei com o Shane, do Umbilical Brothers. Eles estiveram no Brasil para participar do Risadaria, um festival super bacana que reuniu tudo quanto é tipo de humor em tudo quanto é tipo de linguagem – clown, stand up, quadrinhos, etc. – no Ibirapuera.
Como dá para ver pela foto, dei uma de tiete mesmo, sou muito fã deles – vejam o vídeo e vocês vão entender porque... (acho que publiquei este vídeo já faz um mega tempo, mas vale à pena publicar de novo – ah, e no YouTube tem mais coisa, são videos super legais).

HERE COMES THE SUN...


Pois é, foi um longo e tenebroso inverno, mas é chegada a primavera e a hora de voltar a compartilhar histórias neste espaço – felizmente alguns fiéis leitores sentiram falta das novidades, hahaha.

E já que é primavera, começo contando que Consuelo anda lançando moda no HU. Tudo começou com a Enid, que queria porque queria que eu desse uma flor do meu cabelo para ela. Como assim? E eu, vou ficar sem? E o meu look, vai ficar despetalado? Bom, mas palhaço que é palhaço sempre diz sim, né? Então resolvi fazer presilhas para todo mundo! Foram muitas e levei um tempão, mas o incrível é que só deu pro turno da manhã... Agora estou fazendo mais, já que estou jurada de morte se não arrumar a flor da Eliane...


Vejam que jardim mais bonito!


E essa é a Raíssa, filha da Dulci, ensaiando passos de top model da Linha Floral by Consuelo (acho melhor contar que copiei o modelo de duas presilhas lindas que comprei pra mim, né? )