sexta-feira, 29 de maio de 2009

A partir do 15º ano...


Foto André Carvalho

"Eu faço o Xuxu a 25 para 26 anos, e nessa trajetória toda, claro, a partir do 15° ano, é que eu comecei a juntar algumas peças desse jogo. Foi muitos anos depois de já estar fazendo o palhaço que eu, um dia, numa sessão de terapia, disse: “Não! Mas sou eu!” Quer dizer, tudo aquilo é meu. Eu sempre achei que era do personagem, aquela vaidade toda, aquela violência, aquela agressão com as pessoas, e levei muitos anos para entender que não, aquilo sou eu na minha essência. 05:15 Toda aquela estupidez... E talvez seja essa a resposta... Talvez Xuxu funcionasse por isso, porque era verdade, eu não estava inventando nada."

Luiz Carlos Vasconcelos (o palhaço Xuxu) no primeiro encontro Do Riso Cotidiano ao Riso da Terra

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Barça! Barça! Barça!


Vejam só a alegria do nosso vizinho de baixo, gritando da sacada...

E a o quantidade de decibéis que rolaram por aqui ontem à noite no video "Buzina" (não, quem estava gravando não era a Consuelo, essa é só uma amostra da minha habilidade com uma câmera na mão)

terça-feira, 26 de maio de 2009

Que dia lindoooo!

O sol manso, a água limpa (e congelante!), e um barquinho a navegar...



Pai, olha só o pessoal pescando no pier, vem prá cá!


(quero dizer, esses pontinhos pretos são pessoas com suas varas de pescar...)



Masaje? Ai ai ai, é pior que "Biscoito Globo" no Rio... Essas mulheres asiáticas são milhares e, mesmo se você estiver deitado, de olhos fechados, roncando, elas param do lado e perguntam "Masaje???"

Da Praia pra Casa

Pego minha RockRider (pronuncia-se rrrrrókrrrrrráaaaider) azul, a Dulcinéia, e subo a avenida Marina


Vejam ela aí, estacionada com as amigas.



A avenida começa nessa fonte e só termina perto da montanha. Pra quem tem olhos de águia, antes dela estão as torres (e os guindastes) da Sagrada Família.



Curto essa primavera e uma irmã dela que fica ao lado



Depois este pateo de naranjos, todos carregadinhos...



Vou subindo por essa pista exclusiva pra bicicletas, o máximo!



Passo pela praça de touros Monumental, e chego em casa! Dá uns 10 minutos ;)

Que bela sacada!







(Qualquer dia desses ainda bato com a bicicleta em um poste...)

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Pensamento do Dia


"Fala-se muito do positivo que é rir. Há estudos acadêmicos e tudo. O que acontece é que nós, os homens, estamos muito empenhados em ser perfeitos. E para poder sorrir é necessário um pouco de imperfeição. Todo palhaço sabe disso."

Tortell Poltrona, palhaço catalão, em entrevista a Mariana Mól de "O Tempo" - 09/08.

www.circcric.com

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Cenas em Figueres

Parte do grupo: John, Alay, de San Sebastian, Jonas, de Figueres, Letizia da Itália, Gary da Cornualha e yo.


Do lado de dentro...


Jonas e Matteo indo buscar o John




No meio do mato...


...um pé de romã!


Matteo, Angelino, o trailer e a lona


John, Clara e Danielle dando adeus ao "ônibus" pra Figueres

O curso: John Beale


John Beale mora no Canadá, é formado pela escola do Philippe Gaulier, com quem continua estudando, num curso para "masters". Assim, para quem conhece o método, o curso não trouxe muita novidade, os exercícios e orientações foram os mesmos. Mas foi bacana como ele conseguiu organizar a estrutura dos dois dias, pareceu que ficamos uma semana tendo aula (eu imagino o que teria acontecido em uma semana!).

O que me encantou de verdade foi a delicadeza e o empenho dele com cada um. Digamos que a maioria tinha alguma experiência, o que não significa nada com os exercícios do Gaulier. Portanto, a ajuda do professor é fundamental, e o John não deixava ninguém sem experimentar o gostinho de chegar no seu clown - depois de muitos flops, é claro... (ele introduziu o personagem Mr. Flop, um dos exercícios mais engraçados que já fiz - você pensa que os dois palhaços que estão em cena é que estão conduzindo/fazendo o exercício, quando, na realidade, é o terceiro, Mr. Flop, que só aparece quando a cena vai mal - no caso, o tempo todo - quem realmente está conduzindo o jogo).

Essa atenção toda superou a frustração com minha própria performance, que foi horrível na maior parte dos exercícios. Quero crer que não funciono tão bem com esse método pedagógico, que Consuelo é uma palhaça que responde melhor no método Fraser Hooper ou Márcio Ballas (pelo menos pra não ter que acreditar que não vou conseguir fazer isso direito nunca!). Bom, digamos que um dia isso tudo não vai fazer diferença...

Mas foi aí também que percebi a força do ambiente que a escola proporciona, pois pareceu que, pra todo mundo, o mais importante do fim de semana foi a convivência, a energia palhaçal que estava no ar (ai, será que algum dia a gente vai poder falar de energia sem parecer hippie?).

Palhaços ao Ar Livre



Foi tudo muuuito rápido, chegamos, nos mudamos e ficamos sem internet. Na sexta, às 6 da tarde, vejo o email da Escola de Clown de Barcelona, dizendo que ainda havia lugar para um wokshop no fim de semana. Saio correndo do "locutório", junto minhas coisas e corro pra pegar o último trem pra Figueres. No caminho, a maior dúvida, será que vai valer à pena?

Bom, primeiro resumindo tudo: foi muuuuito bom. Não só o curso, mas principalmente a experiência toda. Como falei pro João, parecia uma Schumacher dos palhaços, hahaha.

Primeiro porque a escola fica no que nós chamaríamos um sítio, a 15 km da cidade. Segundo porque eles também acreditam na educação tipo "internato" (mas felizmente não tiveram ainda a idéia de nos pedir pra trabalhar, haha). Terceiro porque também só se serve comida vegetariana. Quarto porque a Clara Cenoz está realmente construindo um espaço de pesquisa, um centro de aprendizagem de clown para se tornar referência (acho que o curso de agosto vai ser simplesmente incrível: www.escoladeclown.eu).

E foi uma bela aventura: começando pelo trailer do Matteo, um palhaço italiano que está passando uns meses em Barcelona e foi me buscar na estação - nota: o cachorro dele, Angelino, viaja embaixo do banco do passageiro e você tem que ir com os pés pra cima, hahaha. O trailer é uma piada, fiz um video só pra vocês sacarem o barulho (e o esquema, hahaha...)



A Escola, uma casa antiquiquíssima, coisa de filme, com uma cozinha que parecia a Festa de Babette, vários quartos (acho que fazia uns 20 anos que eu não dormia em um beliche), muitas lareiras, varandas e banheiros gigantes.



Essa lona no meio do mato parecia de mentira, uma coisa meio conto de fadas. Eu só pensava na Solenta, é a cara dela...



Essa é a sala principal, na hora do almoço. Uma comida deliciosa, caprichada, e a fartura absurda do "primero" e "segundo plato" espanhóis, mais um bolinho de chocolate (nós viemos aqui pra comer ou pra estudar???)

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O Jon Davison, um dos fundadores da escola, é o de camisa verde (www.jondavison.net). E a outra fundadora, que hoje é quem dirige a escola, é a loira rasta da esquerda, Clara Cenoz.

Info Verde legal e útil!

National Geographic Greendex 2009 was launched last week.

This worldwide survey of green consumer behaviour is run by GlobeScan in collaboration with National Geographic. Greendex is a measure of consumer behaviour in 65 areas related to housing, transportation, food and consumer goods. Consumers in 17 countries are ranked in terms of the environmental impact of their consumption patterns.

You can visit the National Geographic website, calculate your own 'Greendex' score and look into the results in detail.

www.nationalgeographic.com/greendex

*dica da Cris, da Schumacher, thanks!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Para começar bem o dia



Minha querida amiga Ana Paula, que morou anos aqui em Barcelona, nos passou a dica de uma revista virtual chamada "Le Cool", que traz dicas do que está rolando de mais legal em várias cidades, inclusive aqui (www.lecool.com). Na primeira página desta semana está a seguinte historinha:

- ¿Y cómo lo haces?

- ¿El qué?

- Lo de sonreír todo el tiempo, incluso cuando las cosas van mal.

- A veces utilizo una técnica casera: cuando algo me preocupa demasiado o me ofusca, hago un zoom out mental desde mi habitación (o donde sea) hasta llegar a tener todo el planeta Tierra al alcance de mi vista. Bonito, ¿no? Entonces pienso que si yo soy un puntito minúsculo, mi problema todavía es más pequeñito. Y lo veo más claro.

- ¿Como un astronauta?

- Como un astronauta.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Para Hilda



Hil, depois de ver a velocidade com que esse cara fazia as bolinhas de falafel pensei que você devia pedir pra ele dar um estágio pra mim e pro Gilberto, pra dar um upgrade nos seus assistentes... Era tão absurdo que fiz um video e este post, hahaha

Casa Nueva


Será que foi a saudade? Será que é a energia do lugar? Será que é a latinidade? Será que Londres nos deixou mais "espertos"?

O fato é que tudo foi mais fácil para nos instalarmos por aqui: mais ofertas de apartamentos (e todos grandes, buscamos sempre 1 quarto e nenhum tem menos de 2!), mais baratos, a burocracia mais simples. Conseguimos fazer nosso primeiro jantar com jamón (fixação? Imaginem!) em apenas uma semana.

Conseguimos um apartamento no bairro de Eixample, do lado direito. Da nossa janela avistamos a torre da Sagrada Família, nada mau!

A pé chegamos na praia em meia hora, é só descer a ladeira da Avenida Marina - como diz o João, tudo aqui se chama Marina... Que lindo, né?

Ficamos alguns dias sem internet, mas até resolver isso foi mais fácil: a cara de pau brasileña pegou a vizinha no elevador e perguntou se ela queria compartilhar a senha do wi-fi por um precinho módico. E a vizinha topou!

Barça! Barça!



E não é que, na noite em que chegamos, o Barça se classificou pra final da Liga dos Campeões?!!! Estávamos procurando um lugar pra tomar aquela caña do post anterior e todos os bares lotados! Depois a maior festa na Plaza Catalunya e nas Ramblas, mini video abaixo...

Pitangas Gigantes


Em nossa primeira visita ao Mercado de la Boquería, vimos essas pitangas gigantes e, apesar do jamón e da tortilla, ficamos é com saudade de comer no Pitanga...

(ok, o João me falou que eram tomates, mas são incríveis mesmo assim, né?)

Alegria, Alegria, Êeeeeeeh!


ESPANHA!!!!!!


Acho que nem preciso falar muito o que foi pra gente chegar na Espanha... É só olhar nossa cara tomando a primeira caña e comendo o primeiro jamón!

Despedida 2



No último domingo em Londres almoçamos na casa da Tina com o filho dela, Matt, um delicioso arroz com feijão. Faz 20 anos que minha amiga Taísa e eu praticamente acampamos nessa casa durante quse um mês, aproveitando a cidade. O Matt teve que dormir com a irmã pra gente poder ficar no quarto dele, imagina o que foi isso para um menino de uns 8 anos... Eu devia ter levado um presente pra ele... Além da hospitalidade da Tina, uma lembrança engraçada que tenho é de uma fita K-7 que ela nos emprestou: "Vocês vão amar, é de uma cantora nova chamada Marisa Monte". Quase furamos a fita de tanto ouvir "Bem que se quis..." Santa nostalgia, Batman!

E na segunda, que era feriado, nos despedimos da Adri e do Steve, como se deve: num pub antiquíssimo perto da casa deles. Devolvemos edredon, celular (ela tem um - com crédito! - só para emprestar para os amigos que vêm do Brasil, não é demais?) e fizemos promessa de conhecer Chipre, a terra do Steve.

Bye Bye London!

Mais um Palhaço



Fiz um workshop com o Mick Barnfather, palhaço e membro do Theatre de Complicite, uma companhia bem respeitada por aqui. Apesar de ser curto, apostei porque era uma das indicações do Rick Puccetti, do Lume - e para ele indicar...

E foi bom, mas não foi incrível. Mais jogos, mais exercícios com o nariz. Mas o que acabou chamando minha atenção foi a diferença do método dele para o do Fraser - que comentei em um post anterior. O Fraser fala em ser positivo e é positivo. Em ser otimista e é otimista. O Mick fala em ser positivo e otimista, mas não constrói um ambiente para isso. Não que ele seja chato, negativo, etc. - pelo contrário, ele é bem legal. A questão é muito mais sutil, e acho que só ficou claro porque tenho questionado muito a "pedagogia" para ser palhaço. Talvez questionado não seja bem a palavra, melhor dizendo, estou encafifada com isso (que delícia escrever encafifada).

Por exemplo, quando alguém fazia algo muito ruim, ele dizia: "Ok. SÓ QUE poderia ter sido isso, ou aquilo" ou "Ok. MAS você TEM QUE deixar essa vontade de repetir isso e pensar que o clown é X, Y, Z" - e a pessoa ficava com aquela cara de "como eu faço isso". Pior, parecia que a pessoa estava com uma sensação de que não iria conseguir fazer nada. Muito pior, você vê no olho da pessoa que ela nem sabe por onde começar a mudar.

Comparando com o Fraser, ele construía assim: "Ok. Great. Agora, porque você não tenta X, Y, Z", e nada de ficar falando que o palhaço é isso, ou aquilo. E, como escrevi antes, insistia em "ok, agora expire" (e, imediatamente, ficava engraçado) ou "tente mais rápido/mais devagar/mais forte/mais fraco", etc.

Quando digo "a pessoa" quero dizer uns 4 ou 5 que estavam fazendo um curso de clown pela primeira vez. Ficou um enorme ponto de interrogação na cara deles: "ok, clown é alguém que mostra sua humanidade, que sabe ficar "na merda", que mostra o seu ridículo. Mas como eu faço isso?". Ou, "como aprendo isso?".

Acabei concluindo que dei a maior sorte do mundo de ter começado com o Márcio Ballas. Ele não deixa você cair nesse psicologismo todo, não te deixa sozinho para descobrir coisas bem difíceis, ele realmente sabe conduzir a pessoa até esse lugar.

E o Fraser também. Os alunos dos dois workshops tinham mais ou menos o mesmo perfil. Mas vi como, no do Fraser, saíram inspirados e com uma alegria por terem descoberto um caminho interessante de trabalho. No do Mick senti que foi mais "foi legal, mas como isso é difícil, acho que vou continuar fazendo minhas coisas, clown é pra quem quer ser clown".

Para mim, o mais legal foi uma frase que ele disse: "uma cena de clown só precisa ter uma idéia, apenas uma" - isso porque, em geral, todas as idéias para cenas que tenho são rebuscadas, compridas, cheias de coisas. Preciso lembrar muuuuito disso!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Feliz Cumple!!!!!!!!!


Anika, infelizmente não estamos aí pra te cobrir de beijos e abraços... Será que ainda sobrou crédito de Samarkanda? Senão, vamos ter que compensar no ano que vem, haha.

Fica aqui nosso post de homenagem ;)

TE QUEREMOS MUCHO!!!!!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Police State



Meu amigo Peter Minnium me perguntou qual seria uma coisa que eu sentiria falta e outra que eu estaria feliz por deixar pra trás ao partir de Londres. Foi mais difícil decidir qual seria a única coisa que eu iria sentir falta, já que morar aqui tem várias coisas legais - cultura, segurança, transporte, aquele conjunto de infra que faz São Paulo parecer uma selva. Mas como isso é igual em toda a Europa, acabei escolhendo o Whole Foods, um mercado de coisas e comidas naturais-orgânicas absolutamente maravilhoso, um paraíso para os sentidos, para o corpo e a mente sustentável.

Já do que não gostei aqui foi muito fácil: a sensação de estar sendo sempre vigiada. Fiquei muito impressionada com a paranóia anti-terrorista que está rolando. Comecei sentindo a pressão no aeroporto, fiquei mais de 15 minutos respondendo às perguntas de por que/o que estou fazendo na Inglaterra, etc. Digamos que fui salva pelo passaporte português do João (bom, vocês sabem que eu casei por isso, né? hahaha). Mas depois vivemos os preparativos para a reunião do G20, milhares de policiais em todos os lugares, câmeras de vídeo em tuuuuuudo quanto é canto - na rua, metrô, ônibus, não tem um lugar onde não haja uma câmera - Big Brother, Trumam Show, só que de verdade. O governo com autorizações para vigiar as ligações celulares, as pessoas que são vigiadas pelo cartão do metrô...

Vejam o poster da foto: vigie o lixo do seu vizinho! Ele pode estar fabricando bombas!

Consuelo bem que quis dar umas voltinhas pelas ruas, mas ficou com medo de pedirem o passaporte, coitada, ela que nem sabe ainda quem é!

Em nome da segurança, de se proteger, algo muito pior pode estar sendo construído...

Despedida 1



Em nossa última sexta em Londres fomos encontrar a querida Ju, que nos convidou pra uma balada no Electricity Rooms. Ela mora aqui há quase 3 anos, trabalhando na Leo Burnett. Depois de algum tempo que nos conhecíamos no Brasil, descobrimos que somos primas de verdade, numa grande reunião de família grande!

E a Ju foi bem prima mesmo, nos convidou pra jantar na casa dela, nos apresentou dois amigos incríveis, um carinho gostoso nesta temporada ;)