segunda-feira, 11 de maio de 2009

Police State



Meu amigo Peter Minnium me perguntou qual seria uma coisa que eu sentiria falta e outra que eu estaria feliz por deixar pra trás ao partir de Londres. Foi mais difícil decidir qual seria a única coisa que eu iria sentir falta, já que morar aqui tem várias coisas legais - cultura, segurança, transporte, aquele conjunto de infra que faz São Paulo parecer uma selva. Mas como isso é igual em toda a Europa, acabei escolhendo o Whole Foods, um mercado de coisas e comidas naturais-orgânicas absolutamente maravilhoso, um paraíso para os sentidos, para o corpo e a mente sustentável.

Já do que não gostei aqui foi muito fácil: a sensação de estar sendo sempre vigiada. Fiquei muito impressionada com a paranóia anti-terrorista que está rolando. Comecei sentindo a pressão no aeroporto, fiquei mais de 15 minutos respondendo às perguntas de por que/o que estou fazendo na Inglaterra, etc. Digamos que fui salva pelo passaporte português do João (bom, vocês sabem que eu casei por isso, né? hahaha). Mas depois vivemos os preparativos para a reunião do G20, milhares de policiais em todos os lugares, câmeras de vídeo em tuuuuuudo quanto é canto - na rua, metrô, ônibus, não tem um lugar onde não haja uma câmera - Big Brother, Trumam Show, só que de verdade. O governo com autorizações para vigiar as ligações celulares, as pessoas que são vigiadas pelo cartão do metrô...

Vejam o poster da foto: vigie o lixo do seu vizinho! Ele pode estar fabricando bombas!

Consuelo bem que quis dar umas voltinhas pelas ruas, mas ficou com medo de pedirem o passaporte, coitada, ela que nem sabe ainda quem é!

Em nome da segurança, de se proteger, algo muito pior pode estar sendo construído...

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