sexta-feira, 23 de abril de 2010

Hierarquia: o poder de um nariz vermelho


Gostaria de escrever um pouquinho sobre um tema que tem estado presente na minha mente e nos trabalhos que tenho feito ultimamente, a questão de HIERARQUIA. Vejam só, algum tipo de hierarquia sempre está presente em todas as relações, objetiva ou subjetivamente (não é que, ao escrever HIERARQUIA com letras maiúsculas percebo como elas se impõem às minúsculas?).

Nas relações de trabalho são até mais do que objetivas, são necessariamente aparentes. Afinal, todo mundo tem que saber quem é o presidente, o vice, o diretor, o gerente, etc. - e não vou citar os demais porque quem manda já está citado (hahaha, para ter certeza de que isso é uma brincadeira). Bom, todo mundo sabe, percebe, aprende. Manda quem tem a sala maior. O carro maior. O uniforme mais elaborado. Quem não usa uniforme. Quem decide o uniforme. Manda quem pode, obedece quem tem juízo, não é assim que se diz?

Todo mundo sabe.

É, todo mundo, menos um palhaço... Eu posso falar bastante sobre a "teoria" do clown, sobre como ele é livre para pensar, falar e se relacionar com quem quer que seja, como seu antepassado ilustre, o bobo da corte. Mas queria mesmo é registrar o que vivo na prática, nos clientes em que atuo e no HU. Queria deixar anotada minha gratidão a esse pequeno nariz vermelho que me tira do universo racional e, sem que me dê conta, transforma meu olhar e deixa, naturalmente, todo mundo igual a todo mundo.

Eu não coloco o nariz e penso "agora todo mundo é igual a todo mundo" ou "não preciso me preocupar com hierarquias". Não, é algo quase mágico mesmo: de nariz, você não quer saber qual o poder daquela pessoa. Não quer saber se ela manda em alguém (ou em você). Não quer saber se ela está de jaleco, de colete, de camisa, de macacão. Você só quer um contato, uma relação com ela mesma - apesar de todo o resto.

E porque esse nariz me ajuda a perceber o mundo assim é que acho que posso ajudar outras pessoas a também se relacionarem dessa maneira, mesmo sem o nariz. Dentro de um universo de respeito, não existe posição ou função mais ou menos importante. Existem posições dependentes entre si e que, se bem harmonizadas, tornam-se, aí sim, a coisa mais poderosa do mundo.

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