terça-feira, 28 de abril de 2009

Complexidade



Na sexta-feira da primeira semana tivemos uma aula sobre “Complexidade”. Infelizmente não anotei o nome do professor, mas ele é do corpo fixo da Schumacher. Ele era um analista de sistemas que acabou se frustrando com o que fazia, principalmente porque as pessoas achavam que o trabalho dele – implementar um novo sistema – era apenas uma maneira mais rápida de fazer o que já faziam (quem trabalhou em agência de propaganda viveu vários momentos como esse, principalmente quando os sistemas de mídia se tornaram comuns).

Mas, para ele, desenhar um sistema significa enxergar a dinâmica que o sustenta, o princípio chave das relações. Dessa maneira, teremos um ambiente em que estamos em conexão, porém sem uma ordem fixa. O que, por um lado, liberta e, por outro, traz mais responsabilidades.
Isso não quer dizer ter um ambiente anárquico. Quando você permite essa liberdade, você ainda precisa de um ritmo. E esse ritmo acaba emergindo espontaneamente, de modo que nunca soa incoerente – como em uma banda de jazz.

Essa exposição gerou muitas dúvidas em nossas cabeças lineares, mas vou usar uma metáfora da Bia Machado, que desenvolve o projeto Caleidoscópio, que é do “céu de estrelas fixas”: imagine que você e um amigo vão navegar da Europa para a América, nos idos de 1500. Ambos irão se guiar pelas estrelas, mas o caminho que irão percorrer pode ser totalmente diferente um do outro. Não para dizer que eles estão sendo “anárquicos” em sua viagem, pelo contrário, poderíamos dizer que eles foram extremamente criativos, pois chegaram no mesmo ponto criando rotas diferentes.

A Teoria da Complexidade desafia os fundamentos da ciência, pois esta baseia seu saber em uma ordem fixa, que pode ser repetida e, assim, comprovada.

A matemática não-linear tem sido mais eficiente em explicar o não-explicável por sua capacidade de abrir mão da certeza ou de entender o que está acontecendo. Você nunca pode predizer um sistema dinâmico, mas isso não significa uma situação caótica, pois os limites acabam por emergir naturalmente, a “meta-ordem”.

“The more you trust, the more the meta-order will show itself. And part of the beauty is living with a meta-order quality, having trust in meta-understanding. ” E aí eu já não sabia mais aula do que era mesmo...

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